Foi realizada em 3 de julho, na Assembleia Legislativa do Estado do Ceará a última etapa do Seminário Nacional de Ater promovido pela Frente Parlamentar de Ater, denominado; A Ater que queremos e o Brasil Precisa.
Os trabalhos iniciaram-se às 10h, coordenados pelo deputado federal José Silva, presidente da Frente Parlamentar de Ater, o vice presidente, o deputado Raimundo Gomes Matos e o secretário, o deputado Evair de Mello, contou ainda com a presença do secretário de agricultura, representando o governador do estado, o deputado estadual Carlos Matos, o presidente da Asbraer Argileu Silva, da Emater-CE, Antônio Rodrigues de Amorim, o presidente da Anater Walmisoney Jardim, dos representantes da Embrapa, da OCB, da Fetraf-CE, além de outras autoridades locais, do Senge, da Asem-CE e de vários extensionistas cearenses.
A Faser se fez representar por nosso conselheiro fiscal e ex-coordenador geral Manoel Saraiva que em sua apresentação destacou os marcos de referências da Extensão Rural, o desafio de se alcançar os mais de quarenta e oito por cento de agricultores familiares brasileiros que não recebem nenhum tipo de assistência técnica, a necessidade de renovação e oxigenação dos quadros de diversas entidades oficiais de Ater, a exemplo do Ceará que há mais de vinte anos não realiza Concurso Público, embora tenha a Asbraer afirmado que 22 dessas instituições realizaram concurso nos últimos 10 anos, Saraiva fez esclarecimentos de que a grande maioria destas instituições estão realizando contratos temporários e que estes contratos que de modo geral duram apenas três anos, enfatizando que a extensão rural é uma ação continuada e que os CTD´s não têm por objetivo vislumbrar a universalização dos serviços.
Outra abordagem feita foi com relação a necessidade de que a Extensão Rural deve enfatizar a agregação de valores a produção da unidade Familiar possibilitando assim maior renda para as famílias de agricultores; destacou também a necessidade de se rever a Lei 12.897 que instituiu a Anater, adequando-a as reais necessidades para a alocação de orçamento próprio, emendas parlamentares e recursos de Ater que estão disponibilizados para outros ministérios além de se garantir recursos para a ações de Ater.
No entanto a ênfase maior deu-se com relação à necessidade da capacitação e qualificação dos extensionistas, da baixa remuneração salarial e da necessidade de mobilizar os mesmos para a aprovação de uma Carreira Extensionista, onde se tenha assegurados um piso e um teto para os profissionais de Ater.
No turno da tarde os trabalhos foram retomados às 15 horas tendo três apresentações, da Emater-CE, da Fetraf-CE e da Embrapa. Nas intervenções dos integrantes da mesa por diversas vezes foram feitas alusões ao fato de que a universalização dos serviços de Ater é uma utopia, em sua intervenção Saraiva destacou que pensa bem ao contrário dos presentes; por exemplo, como podemos afirmar que é utopia alcançar os 4,8 milhões de agricultores familiares e defender a inclusão dos médios na lei que criou a Anater. A universalização é possível se buscarmos os recursos necessários, citando exemplos da necessidade de se reavaliar as regras do pagamentos ao Banco do Brasil que fica com 4 bilhões do Pronaf, destinar percentuais dos Fundo da Educação, da segurança pública, da saúde e emergências.
Nas considerações finais Saraiva ainda destacou a necessidade de que os Planos Pilotos sejam discutidos com os extensionistas e que a Faser quer dar sua contribuição, tendo o presidente da Anater se comprometido a chamar a Federação para debater o assunto.
O documento final da consolidação dos cinco seminários regionais deverão ser divulgado como Proposta da Frente Parlamentar de Ater nas comemorações do dia da Extensão Rural , em dezembro do corrente.
Coordenação Executiva Nacional